Travessia Vale do Rio Mogi - Paranapiacaba x Cubatão
- Carlos Junior
- 6 de jul. de 2014
- 5 min de leitura
Por: Carlos Junior
Trilha do Rio Mogi é assim que eu conheço esse caminho, mas ela tem outros vários nomes como Trilha dos Tupiniquins, Trilha dos Guaianases, Caminho do Peabiru, Caminho de Piaçaguera.
Há tempos sonhava em fazer essa travessia que vai de Paranapiacaba até Cubatão, mas nunca dava certo. Foi então que em um belo dia resolvi que iria marcar essa trip, e faria de uma vez essa travessia, e claro que para essa empreitada, não poderia deixar de convidar a Gisely (A Montanhista), o companheiro de vara mato e enrascadas Marcelo Sousa, que já havia feito a travessia antes ele acabou sendo nosso guia, Rafael Kosoniscs (Seu Mochilão) e também o Augusto (Trilhas e trips) o lendário rs... Convidei mais uns amigos, mas nem todos puderam comparecer.

Fotografia: Marcelo Sousa
Essa trilha só pode ser feita com guias credenciados, assim como outras trilhas da região de Paranapiacaba, mas é claro que preferimos ir por conta própria, e por isso precisaríamos chegar bem cedo na entrada da trilha, antes dos guardas que costumam ficar barrando o acesso a ela.
Marcamos o ponto de encotro as 06h30min na estação do Rio Grande da Serra, e por conta de problemas no metrô acabamos chegando só as 08h00min. Fiquei bem preocupado por ser tarde, eram grandes as chances de ter guardas na entrada da trilha.
Ao chegar à Estação de Rio Grande da Serra, é só atravessar a rua e seguir até ponto para pegar o ônibus (Paranapiacaba) e desembarcar no ponto final, que fica na parte alta de Paranapiacaba, mas quando chegamos ao ponto, tinha uma fila gigante de pessoas para pegar o mesmo ônibus que nós, foi ai que pensei (vamos ter que pegar o próximo, ferrou não vai dar tempo de chegar antes dos guardas), mas por sorte couberam todos no ônibus e não precisamos esperar o próximo.
O ônibus mais parecia aquele trem da Zorra Total de tanta gente falando junto, essa gentarada desceu na Cachoeira da Fumaça. Confesso que não fiquei muito feliz em ver a quantidade de pessoas que iria visitar a Cachoeira da Fumaça.
Nosso desembarque foi na parte alta de Paranapiacaba, e nossa aventura começa ali mesmo. Assim que descer do ônibus retornar um pouco até o mirante e só seguir sentido contrario a vila, é ali que começa a trilha. Chegamos lá já era 08h 20min, e a sorte estava ao nosso lado, nem sinal dos guardas por ali, ufaa...
Tiramos algumas fotos no mirante e corremos para trilha antes que os guardas chegassem.

Fotografia: Carlos Junior
.A trilha é bem marcada sem dificuldade, só precisa prestar a atenção nas bifurcações, há duas maneiras de realizar essa travessia, uma delas é seguir o tempo todo pelo Rio Mogi, e a outra e seguir pela trilha até a prainha do rio, onde é também um local de camping. Indico a quem preferir fazer um pernoite, como a nossa ideia era somente fazer o hiking, escolhemos seguir o rio e aproveitar o dia ensolarado que nos permitiu alguns “tibuns”...

Fotografia: Carlos Junior
Mantendo sempre a esquerda nas bifurcações vai chegar a um dos mirantes, de onde é possível observar a antiga “Funicular”, Cremalheira e praticamente todo o vale do Rio Mogi. Quando chegar na segunda torre preste atenção, à trilha meio que retorna sentido Paranapiacaba, mas logo começa descer novamente sentido Cubatão. Continuando a trilha fique atento a uma pequena entrada a esquerda, é uma decida bem íngreme, é ai a entrada que vai te levar até o Rio Mogi.

Fotografia: Carlos Junior

Fotografia: Augusto de Carvalho
Chegamos ao leito do rio por volta das 10h 40min, onde paramos para descansar e comer alguma coisa e passar protetor solar. Daí pra frente o caminho todo é por dentro do rio, é só seguir o curso d’água, vai com calma e muito cuidado prestando bastante atenção onde pisam, as pedras molhadas escorregam bastante, foram inúmeras as quedas que presenciei nesse dia rsrs...

Fotografia: Carlos Junior

Fotografia: Carlos Junior
A travessia do Rio Mogi até Cubatão é longa e demorada é um sobe e desce nas pedras o tempo todo, em alguns pontos é possível notar destroços da Funicular que são trazidos pelas enxurradas.
São inúmeros os poções e pequenas quedas durante o trajeto, essa travessia é umas das mais bonitas da região de Paranapiacaba, em nem uma outra parte da Serra se vê essa coloração nas águas, é realmente fascinante.

Fotografia: Carlos Junior

Fotografia: Carlos Junior
Fotografia: Carlos Junior

Fotografia: Gisely Bohrer

Fotografia: Carlos Junior
As 15h 00min chegamos à famosa Prainha do Rio Mogi, onde estava um pessoal acampado, nós preferimos seguir em frente e não parar por ali, mais alguns metros à frente chegamos a Pedra do Pulo, o nome já diz tudo né... Ali existe um poção bem fundo, perfeito para dar um mergulho. Também existe uma segunda área para camping, o lugar é bem espaçoso e cabem muitas barracas.

Fotografia: Carlos Junior
Fotografia: Carlos Junior
Como nosso horário já estava apertado, não teve tempo de mergulhar ali, continuamos a caminhada e por volta das 16h 00min. passamos pela saída do Vale da Morte. Quem já visitou a Cachoeira da Fumaça certamente já avistou lá de cima uns containers que também são vistos do mirante no inicio da trilha, é por eles que passamos logo após a saída do Vele da Morte.

Fotografia: Carlos Junior

Fotografia: Carlos Junior

Fotografia: Carlos Junior
Nesse trecho o nível do rio aumenta e você não consegue ver onde pisa, tenha cuidado é importante que não demore muito para sair do rio, pois a caminhada dentro do rio anoite pode não ser uma boa ideia, essa era a nossa única preocupação.
Prestando atenção logo que passar pelos containers, a esquerda avistará um riacho que desagua no rio Mogi, em seguida tem uma pequena saída que vai te levar para fora do rio. Nessa hora você já vai estar esgotado e rezando por uma trilha de terra, acredite que andar durante quase 9 horas sobre pedras com os pés molhados, não é nada confortável.

Fotografia: Carlos Junior

Fotografia: Carlos Junior
Ao sair do rio já vai dar de cara com a Estação Raiz da Serra, construída em 1891 que hoje infelizmente se encontra abandonada, cuidado a o atravessar a linha ferra da Cremalheira, preste atenção para não ser atropelado, olhe se o trem não esta vindo. Nesse ponto é preciso que contorne a estação de energia da RMS, cuidado para que nem um funcionário te veja perambulando por lá, ai é só seguir pela estrada de terra, nós resolvemos parar e fazer um lanche rápido e logo continuamos a caminha, que até a saída do pátio de manobras da RMS levaria em torno de uns 3 km.

Fotografia: Carlos Junior
Depois é só continuar pela estrada até avistar o viaduto, quando passar por de baixo dele, vai precisar seguir pelo lado esquerdo até a saída do pátio, tenha muito cuidado a o cruzar as linhas ferras o fluxo das locomotivas são constantes por ali.

Fotografia: Carlos Junior
Fotografia: Carlos Junior

Fotografia: Carlos Junior
Ao sair na rotatória à esquerda, já vai ter um ponto de ônibus, é só pegar um que te deixe próximo à Rodoviária de Cubatão, e pegar o ônibus de volta para São Paulo.
Presentes na travessia Vale do Rio Mogi
Carlos Junior, Gisely Bohrer, Marcelo Sousa, Rafael Kosoniscs e Augusto de Carvalho.
Vídeo da Travessia Vale do Rio Mogi
Produção e edição: Carlos Junior e Gisely Bohrer
Imagens: Gisely Bohrer e Marcelo Sousa
INFORMAÇÕES
TRILHA:
Dificuldade técnica: Média
Duração: 11 horas
Distancia percorrida: 15,04 km
Principais pontos:
Mirante
Prainha do Rio Mogi
Pedra do Pulo
TRANSPORTE:
Ida:
Metrô e trem até o Rio Grande da Serra R$ 03,00
Ônibus para Paranapiacaba R$ 03,05
Volta:
Ônibus até a Rodoviaria de Cubatão R$ 03,10
Ônibus (Breda) para São Paulo R$ 17,15
TRACKLOG: Vale do Rio Mogi

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